Bob Esponja: um combo de ironias sarcasmo e quebra de estereótipo

11 de agosto de 2015
Como explicar em um texto porque amo tanto esse cartoon estadunidense? Tarefa difícil, mas vamos lá.


O desenho foi criado e idealizado na década de 90 e seu caráter progressista é nítido desde a primeira temporada. Bob Esponja, o personagem principal do desenho, é um garoto sentimental, extremamente exagerado e que não raras vezes usa roupas ditas do universo feminino. Além disso, ele é dono de um amor incondicional por todos os personagens, até mesmo seus 'inimigos'.

Em certo episódio, esse amor fica bem explícito quando Bob Esponja faz um enorme balão de chocolate pro seu melhor amigo, Patrick, em comemoração ao dia dos namorados. Sim. O amor entre dois meninos sendo retratado de forma completamente natural.

Bob esponja e Patrick tomando sol na “praia” em Goo Lagoon

Os personagens “invertidos”
Analisando seus amigos, temos a Sandy, uma garota esquilo do Texas que além de ser uma inteligente cientista, pratica Karatê e faz musculação. Ou seja, a personagem feminina do cartoon é a mais forte e esperta do grupo. Diferentemente de grande parte dos desenhos animados, em que as meninas são representadas como frágeis e bobas. 

Sandy minutos antes de realizar uma cirurgia em Lula Molusco.

Lula Molusco, vizinho do Bob esponja, trabalha junto ao adorável infante amarelo no Siri Cascudo. Sua função como caixa do estabelecimento é mecânica e tediosa. Principalmente para ele que é um artista.

Em suas horas livres, Lula Molusco exercita suas habilidades artísticas: ele toca clarineta, é artista plástico, professor de Artes e bailarino. Isso mesmo. Não é difícil vê-lo vestindo macacões apertados e tiaras na cabeça durante seus ensaios de balett clássico.

Na imagem, a pele irritada de Lula Molusco após se depilar momentos antes de uma apresentação de ballet.

SpongeBob SquarePants

Como é perceptível, para o biologista norte americano Stephen Hillenburg, criador da animação para Nickelodeon, mesclar os universos masculinos e femininos não foi nem um pouco embaraçoso. Pois, por mais político, repleto de citações e obras de arte de importantes figuras da história da humanidade, o desenho é voltado para o publico infantil. Diferentemente de Séries como Ugly Americans e South Park, que são igualmente criticas porém nitidamente feitas para jovens e adultos.

Referência a famosa pintura “Persistência da Memória”, de Salvador Dali.

Com isso, fico pensando o que passa na cabeça dos pequenos ao assistirem “Bob Esponja Calça Quadrada”, já que escolas e canais televisivos estão sempre separando os aspectos da vida como “coisas de menino” e “coisas de menina”. O que será que acontece no imaginário livre de certezas absolutas das crianças? Para mim, o desenho contribui ao reforçar o óbvio: as singularidades existenciais. Não há - ou pelo menos não deveria haver - regras para ser quem se é. Se um menino, assim como o Bob Esponja deseja passar batom , qual o problema?


E se uma menina, assim, como a Sandy, gostar de esportes e artes marciais, devemos nós proibi-la e dizer que isso “não é coisa de menina” ? Não. Aliás, a única coisa que eu acho que nós deveríamos fazer é assistir mais a esse desenho tão singular. Talvez a gente chegue mais perto de viver no “universo infantil”, sem restrições inúteis nos impedindo de existir tal como somos de verdade.

por Marina Farias


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3 comentários:

  1. Unknown disse...:

    Marina é genial. 😘

  1. Unknown disse...:

    Perfeito Nina! Adorei!

  1. Um sarcasmo e que Patrick estrela chama Bob esponja de amarelo , e Bob esponja chama Patrick de roza, como chingamento , e depois eles sempre viram amigos, e num episódio Bob esponja tem cueca roza e patrick amarela

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