Maquininha de afeto e ron-ron

10 de junho de 2016
       

         Juquinha chegou até mim no dia 23 de dezembro de 2015. Lembro que fui buscá-lo sem falar com ninguém, cheguei em casa com a cara, a coragem, a caixinha e o gato. E, como já era esperado, assustei todo mundo. Depois de ter ouvido uns dez ou quinze minutos de reclamação meus avós finalmente aceitaram o bichano. A princípio foi “que gato mais feio”, depois “ah, mas até que ele é bonitinho” e por fim já estavam brincando com ele. Aos pouquinhos aquela coisinha magrela e amarela foi tomando espaço na nossa vida. Ocupou o quarto, a sala, a casa toda e quase simultaneamente nossos corações. Quando percebi, ele era a primeira coisa que buscava quando voltava para casa no fim do dia.

Com o tempo fui percebendo que ele era muito além de apenas uma coisinha fofa que derrubava os jarros de flores. O gatinho se tornou um grande e fiel amigo. Todas as vezes em que eu adoecia ele ficava ali, deitado comigo, até eu melhorar, fato que acontecia também quando eu estava triste ou cansada. E, às vezes, ainda tinha o direito de ganhar um carinho e um beijinho de nariz.

Ele me ensinou muitas coisas e, dentre todas, a mais importante foi a forma simples de viver os relacionamentos. O gato não precisa fingir ser o que ele não é para agradar alguém, ele só é. Quando ele quer carinho, ele busca carinho; quando não quer, ele vai viver as coisas-de-gato dele. Mas, ao mesmo tempo, ele não exige nada de você, te permite querer também. E essa é a forma mais harmoniosa de se viver em conjunto.

Minha vida mudou muito nesses meses de convivência com o Jujucat, mas sem dúvidas mudou pra melhor. Posso afirmar que se eu sou feliz é graças a ele, que me faz tão bem. O bichinho vem pra alegrar e colorir nossos dias. Arrisco a dizer que não existe remédio melhor pra cabeça e nem para o coração. E hoje sou só GATIdão.

Maria Julia Rodrigues

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